segunda-feira, dezembro 27, 2004

A correspondência Perdida no tempo

Aos teus olhos,

Iluminam o meu espaço escuro enquanto te escrevo sem saber bem porquê, se faz anos que não te vejo e já não sei quem tu és, que fazes tu, como sobrevives...se pensas que eu respiro ou não, dificilmente ou desafogado, absorvo toda a atmosfera que me rodeia e dinamizo, transformo, reciclo as partículas todas do meu pequeno universo.
Anos que passaram e eu vim dar aqui, não sei bem onde isto é, um qualquer lugar perdido onde o maldito vento que sopra, me murmura ao ouvido que eu devia ter ficado, onde os passos que dou me mostram que o chão é irregular...tão diferente do frio do teu quarto, porque me vim eu embora? Pergunto a mim mesmo se terei fugido porque queria apenas pensar durante um dia e esse dia passou a ser um ano, quando dei pelo passar rápido dos dias, visto que me esqueci de ti num qualquer lugar, à minha espera como em qualquer outro dia, naquele mesmo lugar, na mesma cadeira, com uma garrafa de água para te fazer companhia...enquanto eu não vinha.
Arrependo-me de ter saído sem ter dito pelo menos um último adeus, sem ter levado para a distância que irrefutavelmente me faz esquecer a tua pessoa, em fragmentos, sem ter levado o sabor de um beijo, o toque suave de um dedo nos meus cabelos ou a força do teu braço que eu sem saber, tanto queria que me agarrasse a pedir que não fosse embora, que ficasse ali só mais um segundo e então esse instante se transformasse na eternidade, na dissolução perfeita dos segundos em horas...e das mesmas em dias...que esses seriam milímetros se o tempo fosse medido em metros, se a eternidade fosse uma viagem interminável.
Porque te deixei à espera quando tu sabias tudo o que eu era, tu me permitias tão bem que fosse quem eu sou, sem exclusões, fronteiras ou limites para a minha estupidez, para transformar o mundo cinzento num colorido impossível de obter nas misturas mais estranhas de uma palete de cores...abandonei a vida que tinha, mas porquê? Se agora quando escrevo e sinto o frio a percorrer a minha pele como se fosse a única companhia que tenho, quando me encosto para adormecer e sinto a constância das pedras, tento só imaginar que é mesmo qualquer parte do teu corpo, para poder cair no meu sono de forma mais doce...para que cada vez que adormeço, julgo que vou morrer ali, desejo que isso aconteça ali, sem grandes questões a pôr ou respostas a dar...eu sonho e desejo morrer no teu colo, só isso.
Agora que o tempo passou por mim como as ondas passam milhares de vezes pela areia molhada, a levam e a trazem, fazem dela sempre parecida mas nunca igual, eu sou talvez e apenas a imagem transformada e parecida do que costumava ser, tive de fugir e permiti-me a mim mesmo essa sentença, fugir para me compreender no mundo e perder-te para sempre, naquela mesa de café onde tu ficaste a ver a chuva cair, pensando talvez em mim e como nunca mais chegava, como iria ser nessa tarde se eu tivesse aparecido e te tivesse pedido para casar comigo? Se em vez de fugir, eu me prendesse a ti de forma eterna...se à chuva tivesse feito o pedido e ali marcasse o destino.
Escolhi talvez a forma mais fácil de encarar o destino, fugir...sem qualquer noção de como ia ser o futuro, sem nunca pensar que um dia, hoje ou amanhã, quem sabe mesmo...depois... eu ia estar a questionar onde é que tu estás agora, como te vestes, como está o teu cabelo e quem és tu, sem mim e sem nada do que eu tão pouco oferecia?
Por não saber, tive de o escrever, de perguntar á eternidade como era a tua vida, de deitar esta carta num qualquer sítio, esperando que o vento a leve até à tua porta...pois nada mais que o destino me pode salvar. Nem eu saberei nunca sair daqui, só lamento o dia em que, em busca de mim mesmo...me encontrei no escuro e no escuro, às cegas...te perdi sem nunca mais te ver.



Bom dia Amor…
Estou a escrever esta carta numa manhã radiosa sentada numa esplanada à beira-mar. Acho que não há melhor hora do dia para o fazer, nem melhor maneira de iniciar estas palavras, uma vez que tu sempre foste o início da minha vida e o início dos meus dias… Naquela noite estrelada, em que desapareceste, eu estava sentada numa esplanada como esta à tua espera. Aí voltei todas as noites durante seis meses e três dias com esperança de te ver aparecer ao longe, com o teu maravilhoso sorriso fácil e o teu casaco verde-musgo que eu tanto detestava… Mas depois deixei de o fazer. Não penses que desisti… Eu nunca desisti de ti, apenas te passei a procurar de maneira diferente.
Ainda hoje te procuro. Procuro-te em cada sorriso com que me cruzo na rua, procuro-te em cada lábios que beijo, procuro-te em cada homem que me possui e invento-te de novo todas as manhãs quando acordo e fujo tal como tu fugiste de mim…
Mas a verdade é que não sei porque partiste.
Durante muito tempo culpei-me a mim mesma pela minha própria infelicidade e odiei-me por não te conseguir esquecer… Talvez tenha sido pela maneira como eu pronunciei aquele “Amo-te” a olhar-te nos olhos quando estávamos os dois parados no semáforo… Talvez tenha sido a intensidade do meu sentimento que te levou a fugir… Sempre foste cobarde. E eu sempre amei cada traço de cobardia teu… Tal como amo os teus sorrisos que me fazem tremer e a maneira como me fazias renascer a cada beijo.
Quando partiste o teu cheiro ficou no quarto… Passado um ano vendi aquela casa e parti para nunca mais voltar. Fui numa viagem à suposta procura de mim, quando na verdade sempre foste tu quem preencheu os meus dias e a minha busca… Tu e a esperança de te ver surgir atrás de mim e de que me pusesses as mãos nos olhos e perguntasses docemente “Quem é?”.
Amo-te. Sempre te amei e sempre te irei amar… Mas guardei esse amor como alguém guarda o seu mais precioso tesouro num cofre bem protegido para não se lembrar de que o tem… Quando finalmente me convenci de que já não virias e parti naquela viagem, acabei de certa forma por te reencontrar no abraço de outros homens, enquanto desejava que me soubessem beijar como tu… Acabei por casar. Foi um erro. Sempre houve o teu fantasma a pairar entre mim e ele. Hoje estou separada e tenho uma filha. Gostava que a conhecesses… Ela já te conhece bastante bem de me ouvir falar de ti. Talvez consigas vislumbrar nela a mulher que um dia amaste, porque não o voltarás a ver em mim… A mulher cujo sorriso se abria sempre em sintonia com o teu, como se algum cordão puxasse os seus lábios irresistivelmente já não existe mais aqui. Morreu quando partiste e renasceu novamente cada manhã ao acordar nos braços de outrem… Ficou o amor, morreu a mulher. Em mim sempre viveste e sempre viverás e o teu amor será para mim como uma chama que me iluminará o caminho e me fará querer ser melhor, querer ser maior, “única” como costumavas dizer, porque restará sempre a esperança de que um dia no meio da rua apareças por detrás e perguntes “Quem é?”…
Toda a minha vida começou em ti… Eu sempre vivi de ti… Mesmo quando me deixaste a morrer sozinha no nosso quarto e desapareceste sem um beijo, sem uma palavra, sem uma última carícia, como um anjo vingador, que completa a sua missão parte nas sombras para nunca mais voltar… Depois de partires reaprendi a viver… Encontrei a força que me tinhas sugado numa sombra dentro de mim e cosi-a de novo ao meu ser. Ponto por ponto fiz a base da minha vida com o meu amor por ti e a força que vive em mim desde que me deixaste morrer…
Recuso-me a desistir agora… Não irei morrer de ti.


Texto escrito a meias com o Gonçalo... Ficou BRUTAL mais uma vez...

domingo, dezembro 26, 2004

Bom Natal e Tal...




Bom Natal para todos, como manda a tradição proclamar em voz alta, mesmo quando mandar as pessoas à merda é mais próximo do sentido de sinceridade.
"Que linda jarra!" Exclama a mulher cinicamente quando sabe que a jarra horrorosamente verde que tem à sua frente não combina minimamente com a decoração dourada-acastanhada da sua casa. "Mas acaba lá de contar o que é que ele fez quando apanhou a mulher na cama com outra..." E continua o contar de mexeriquices.
Eu estou a exagerar. Eu gosto do Natal, gosto da minha família, também disse que a jarra era bonita (sem gostar da cor) e adoro a essência Tuga, de falar das pessoas da aldeiazinha à lareira a comer filhozes (está bem escrito?). Se isto não é o Natal, não sei quem vai ser o Paizinho Noël capaz de o melhorar... Viva o cinismo e a troca consumista de prendas! Que feríado religioso melhor para salientar estas características tão podridamente humanas que não o que assinala o nascimento Daquele-Que-Morreu-Pelo-Perdão-Dos-Nossos-Pecados? Uma pessoa casa-se, descasa-se, volta a cometer o mesmo erro, volta-se a casar, passa uns natais em família e depois farta-se, saí de casa, deixando para trás o tema de conversas do momento. Se isto não é a vida e o amor o que mais o pode ser? Ainda há uns quantos espertos que dizem: "Eu sou sozinho." Estas pessoas dão-me vontade de rir. Por dois motivos. O primeiro é porque na verdade somos todos sozinhos. O segundo é serem sempre as pessoas mais, diguemos, "libertinas" a dizerem isto. Ou seja, as que têm mais relações com outras pessoas, numa tentativa de engolirem a sua solidão. Outra coisa que me faz rir é ver os homens que dizem isto, completamente rastejantes perante as ordens de uma mulher e as mulheres que dizem isto, tresloucadas atrás daquele que julgam que amam. Depois também há aqueles que não dizem isto, mas que o sentem intensamente e que fazem sofrer os outros com esses sentimentos. Na verdade, estar com alguém, que pensamos ser nosso, quando na verdade essa pessoa é "sozinha" é triste e magoa. Quem faz isso normalmente são os(as) chamados(as) Quebra-Corações.
Eu pessoalmente não acredito muito em nenhuma das coisas. Não acredito em relações, e a última coisa que quero é por os pés num altar. Não sou romântica e desprezo os lamechas. Mas sou uma eterna apaixonada e assim hei-de ser sempre. Só não acredito numa vida a dois. Sou mais do tipo de me divertir ao ver como certos movimentos ou olhares meus provocam reacções no sexo oposto. Sou mais do tipo de dar e tirar tudo ao mesmo tempo e partir sem dizer nada a ninguém... Sou mais do tipo de fazer sofrer e rir-me disso com prazer. Sou mais do tipo de passear sozinha pela rua e sentir-me bem assim. Mas também sou mais do tipo apaixonada que gosta duns beijinhos como deve ser no meio da rua e de intimidade num lugar aconchegado. Também sou mais do tipo de fingir que não gosto quando no fundo adoro, de fingir que não quero quando no fundo estou mortinha por isso e de dizer que não quando é sim e sim quando é não. Fazer de conta que não me afecta, enganar-me a mim própria dizendo que não me importo, quando no fundo, importa muito, afecta muito e tem muito haver comigo... Sou assim muito do tipo independente, mas também sou do tipo sincera e carinhosa... Sou do tipo sozinha mas gosto de ter alguém para abraçar.
Enfim... Talvez.
Bom Natal a todos.


P.S - São mesmo os meus olhos.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Um sorriso

-Que horas são Pai?
-São duas e meia.
-Obrigada - disse aquela menina com os cabelos pretos asa-de-corvo e de sorriso fácil.
Ela não sabia porque perguntava as horas. Os pais achavam que era um sinal de desenvolvimento precoce, no entanto, a menina sabia que a sua curiosidade era resultado de observar, todos os dias, os pais serem condicionados por aquele mecanismo fabuloso. "Afinal de contas para que serve saber as horas se já temos o dia e a noite?" Assim pensava ela, desejando um dia puder perguntar as horas, possuindo, aquele valor quantitativo, algum significado novo para ela.
Saber como usar um relógio era um dos seus desejos. Mas também tinha outros. Ela queria ir um dia à Lua, estando plenamente convencida da alta possibilidade de isto acontecer, queria crescer para puder fazer o mesmo que o irmão fazia, queria saber desenhar tão bem como aquela menina que docemente desenhava o que ela lhe exigia, sentada como uma princesa irrequieta no seu colo, mas acima de tudo, ela queria um dia puder ser a Mãe em vez da filha, para a tratar exactamente como gostaria de ser tratada.
Falando de desejos, pudemos também falar de certezas e de perguntas. E esta menina tinha muito das duas coisas. Ela tinha a certeza absoluta e irrefutável de que nunca em tempo algum, iria deixar de brincar com as suas bonecas, de passar horas esquecidas a brincar com os seus amigos histórias inventadas, histórias essas em que acabava por acreditar, e de se sentar como sentava ao colo do Pai ou da Mãe, que nunca se iriam separar ou partir deste Mundo para outro talvez melhor.
Perguntar era o que sabia fazer melhor. Queria saber tudo. Mas a verdade é que anos mais tarde, ela ir-se-ia aperceber de que na sua infância, tinha muito mais certezas e muito menos perguntas. Ela ir-se-ia aperceber de que a vida não lhe traria respostas, mas mais perguntas, não lhe daria certezas, mas iria obrigá-la a arriscar e a caminhar sozinha pelo escuro sem saber onde os seus passos a poderiam conduzir.
Durante todo esse tempo lutou. Lutou por não se esquecer, lutou por não deixar de brincar, lutou por continuar a ser a criança que fora e lutou por deixar de ser a criança que era. Aí descobriu que a vida era irónica e passou a olhar com uma nostálgica saudade as crianças que passavam por ela, identificando as suas expressões e atitudes com as suas memórias. Assim, agora, sempre que passa por uma criança na rua, por mais mau que tenha sido o dia, ou por mais confusa que esteja a sua vida, nunca deixa de conseguir evitar o sorriso indescritível que se lhe desenha nos lábios ou de esconder a ternura que lhe ilumina o olhar.
Ela agora gosta de ver as crianças a brincar no parque, desejando intimamente puder juntar-se-lhes e gosta de fazer amizades com elas, tratando-as como sempre quiz ser tratada. Ela não gosta de pessoas impacientes para com elas ou de pais que colocam os seus interesses à frente dos dos seus filhos, que deixam de ser pessoas, para passarem a ser um anexo das suas vidas complicadas. Ela gostava de não se preocupar com as regras de etiqueta e de não ter de fingir o que não sente, ou de dizer o que não pensa, mantendo aquela ingenuidade e inocência de criança, para puder dizer o que sente e o que pensa sem disfarces, ausentando-se assim da podridão e cinismo do Mundo, ao qual, agora fazia oficialmente parte. Mas, como estes são desejos inconcretizaveis, ela limita-se a seguir em frente, pensando em como era bom voltar a ser a menina que fazia tudo o que lhe apetecia outra vez e sorrindo para cada criança que se cruza no seu caminho...
É bom ser-se criança.

domingo, dezembro 05, 2004

Dança


"Nunca quiz ninguém assim
nunca soube o que é amar
porque gosto de passear sozinha na praia
e gosto de olhar para o mar."

E a verdade é esta... Nunca me entreguei realmente a ninguém e a única vez em que quase o fiz arrependi-me disso. Sofri. Por isso mudei o meu Mundo para algo mais leve. Um Mundo onde não há amor, não há verdadeira paixão, não se sofre mas também não se é feliz.
Será leve a palavra correcta? Não será mais pesado o fardo desta quase-existência do que a dor? Não será o vazio um preço muito elevado a pagar pela cobardia? Talvez... Mas a verdade é que este sentimento de pertença, como lhe chamo, apareceu, tal como nas histórias em que não acredito, inesperadamente, quando eu já não procurava desesperadamente por ele. Gostar... Gostar realmente de alguém e gostarem realmente de nós assusta. Muito mais do que o vazio que preenche a falta de sentimentos. Às vezes apetece-me fugir deste sentimento maior que eu, por não saber como lidar com ele. Assemelha-se a um tesouro a ser muito bem protegido, mas isto também não está certo... Porque deve antes ser forte e exibido orgulhosamente como um modo de vida, nunca como uma bandeira, conquista ou tesouro. Só sei viver apaixonada, mas não sei viver... Assim, como faço? Como faço para lidar com o que nunca acreditei, sabendo que nunca poderia ser negado?
Sempre pensei na vida como uma dança. Uma dança eterna e sensual a meia luz exibida para o Mundo inteiro sem no entanto estar alguém a assistir. Uma dança a dois, mas sozinha. Uma dança em que os meus movimentos se coordenam com os de outrém, sem no entanto deixarem de ser os meus movimentos, a minha sensualidade, a minha exuberância, a minha merda, a minha fealdade, a minha beleza, a minha vida... Uma dança que eu executo sozinha, com ou para alguém que simplesmente se cruza e se intersecta naquele momento comigo... Que esta dança pudesse ser realmente de dois, que os meus movimentos e os movimentos de outrém se pudessem completar e unir nunca. Mas depois começo a pensar na ciência e lembro-me que uma reacção química nunca acontece só por si... E chego à conclusão, que uma vida, talvez, também não aconteça só por si...
Fim por agora.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Rainha e Puta

O modo como empinaste a cabeça orgulhosamente e olhaste ditou as tuas decisões, o teu modo de pensar, a tua opinião, a tua altivez que ninguém pode olvidar, que ninguém pode esconder, que ninguém pode domar... Porque tu és tu. És tu quem domas tudo e todos, quando orgulhosamente levantas o teu belo rosto num eterno desafio para um combate do qual apenas tu sairás vencedora. És tu quem define os teus limites, quem escolhe as tuas capacidades e paixões. Rainha Senhora elevaste acima de todos os outros comuns de mortais com o teu olhar desafiador e o teu sorriso sarcástico e provocante. Não tens nada a provar. Não precisas de tentar. Não precisas de seduzir. Tu simplesmente és e sempre serás. E depois do teu Mundo nada mais existe, nada mais prevalece, nada mais nasce e morre. És tu quem fazes girar a roda apenas com a tua vontade ou espalhas o caos com o teu querer. Bela e poderosa, preversa e doce, intrasigente e amada. Não sentes o amor. Não conheces a paixão. Apenas te moves eternamente e na tua preversidade entregas o teu corpo intocável a homens que te despertam luxúria. Não amas, mas és amada. Não és domada, mas domas. Não és de ninguém, mas apenas tua... E tua continuas a ser quando te possuem com ferocidade, quando te beijam com desespero, quando te amam ser serem amados. E tua continuas a ser quando caminhas pela rua, quando estás nos braços de outrém, quando te consomes no teu narcisismo doentio e quando finalmente empinas a cabeça num eterno gesto de superioridade e destém, de orgulho e dignidade, de desafio e preversidade. Porque tu és e sempre serás Rainha... e Puta.

"Sou Menina e sou Mulher,
sou Rainha e sou Puta,
quem quer que esteja comigo
conhecerá a labuta."





Baseado num livro de Manuel Alegre.
O último verso apesar de estar entre aspas também é meu, feito hoje durante uma aula, em que em vez de pensar em fórmulas estava a pensar na vida e no amor.
Porque todas temos algo de Rainha e de Puta.
Amanhã vou tentar por-me na pele de um Homem.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Sampaio - Plano Maquiavélico ou Brilhante?

Quando Jorge Sampaio tomou a decisão de manter o governo do CDS-PP, podia tê-lo feito de duas formas. Podia ter comunicado a sua decisão como temporária ou definitiva. Se a tivesse comunicado temporária, talvez não tivessem havido tantos deslizes e falhanços da parte deste governo de merda que iria estar mais vigilante e cuidadoso; se a tivesse comunicado definitiva (como o fez), as coisas ir-se-ião desenvolver no seu curso natural tanto para o bem como para o mal. Foi isto que aconteceu e ficou provado... Este governo foi uma merda. E se esta foi alguma estratégica do Sampaio para recolocar o PS no poder, não só é maquiavélica como também é brilhante...